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Molinismo: Onisciência de Deus, explicada de Forma Racional
Luis Molina
Umas das questões referente à Teologia que sempre me intrigou muito é a respeito da característica da Onisciência de Deus. A Teologia tradicional Cristã defende que Deus possui a capacidade de saber tudo, num ato simples. Sabe de tudo e ponto final. Mas a forma como isto se dá é que fica obscura e não deixa muito espaço, para o raciocínio. Se Deus sabe tudo, num futuro estático, então nós, criaturas dotadas de Livre-arbítrio, nos encontramos, vitimas do Fatalismo e, portanto, sem capacidade de “escolher”, por assim dizer, nossas ações e caminhos. O fatalismo é uma doutrina que encontra respaldo, principalmente no Maometismo, no qual, deus é regulador de tudo, e o homem, somente vive, para ser manipulado por este deus, sem direito a escolhas. É a velha teoria do Destino. Tudo está escrito. O fatalismo não dá abertura para o Livre-arbítrio.
Mas sabemos que Deus, não criou robôs, para viver aqui na terra. Ele Criou o homem e o dotou de pensamento e inteligência limitada; mas que mesmo assim, ainda é capaz de levá-lo a decidir por si próprio, o caminho que lhe parecer melhor. Se Deus sabe de tudo, sua Onisciência, já têm todos os fatos futuros e nada pode mudá-los. Contraditório com a ideia de Livre-arbítrio. A Teologia de certa forma relegou este assunto, a simples religiosidade, e não quis, ou não pôde, se aprofundar nesta questão. Foi aí que a Filosofia Cristã, se propôs a mergulhar nestas águas profundas.
Existe na Filosofia Cristã, a teoria defendida por Luis Molina do Século XVI, e apoiada por um dos maiores apologistas da atualidade William Lane Craig. A Teoria do Molinismo defende que Deus, sabe em sua Onisciência, de todas as possibilidades de ação que um ser dotado de Livre-arbítrio tem, e apartir destas, gera cenários; ocorrendo então, a previsão da situação futura dos indivíduos. É como se fosse um espectro enorme de possibilidades, e Deus sabe do Todas elas. Vamos ver um exemplo: Imagine a passagem, na qual, Deus pede a Abraão, que sacrifique Isaque, para provar a sua Fé (Observe o diagrama acima). Se Deus soubesse realmente do final desta história, por que testar então Abraão? Para Deixar na Bíblia? Para Provar para Abraão mesmo, que ele tinha Fé? Acho pouco provável. A possibilidade mais correta mesmo é a de que Deus queria ver até aonde ia dar a Fé de Abraão. Mas como pode se dar isto, na Onisciência pura e simples da Teologia Cristã? O Molinismo tem a resposta mais plausível para este problema. De acordo com a teoria, Abraão, tinha um espectro de possibilidades: A de Sacrificar Isaque, a de não sacrificar, a de fugir, a de Isaque Fugir... E infinitamente. O que Deus fez, foi colocar Abraão em uma situação difícil, e quis ver, com base também no passado dele, se o mesmo iria optar pela opção correta. Abraão optou pela correta, e mais uma vez, mostrou a Deus, que era o homem certo para os planos divinos.
Pense em outra situação: Imagine que você vai Viajar de carro, e ao sair de casa, ora a Deus que o livre dos acidentes. Deus no alto observa e já vê que as possibilidades de isto acontecer são bastante elevadas, e então, começa a agir em todas as possibilidades dos outros motoristas que vem em direção contrária a você, desviando e usando outras possibilidades que os mesmos têm, até que finalmente, ele observa que as probabilidades de acidentes são mínimas, e você viaja tranquilo e dá gloria a Deus por isto, Amém. Se tudo já estivesse traçado, estático, não teria Deus liberdade de livrar você deste acidente; e aí sim, estamos de fato, limitando o poder de Deus.
Concluindo
Acredito fielmente, que esta teoria se encaixa perfeitamente no balanço entre, Livre-arbítrio e Poder de Deus. Alguns podem achar que este pensamento, está de alguma forma, rebaixando o Poder de Deus; mas isto está longe de Acontecer. Deus nesta Teoria, seria sabedor de Trilhões e Trilhões de probabilidades (Imagine, somos mais de Sete Bilhões de pessoas na terra!), e saberia e teria poder de influenciá-las, de mudá-las e caracteriza-las a fim de que no balanço final, prevaleça a sua vontade. E só olhar para o lado. Quando Deus age, Ele não o faz de forma assombrosa e estranha. Ele o faz, manipulando as possibilidades, até conseguir o seu intento ou o intento dos seus amados servos! Amém. Mas sempre respeitando o Livre-arbítrio do Homem, lhe dando escolha de como agir, diante das infinitas possibilidades (Matemáticas) que Ele mesmo, Deus, coloca em nossas vidas.
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Eu penso exatamente assim, acredito sim que Deus pode, se quiser, saber que caminho escolheremos, mas que pelo livre-arbítrio ele não o faz.